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MENSAGENS FINAIS |
Detalhes Sobre Constantino que EGW Não Contou em O Grande Conflito
História Apesar das perseguições iniciais, no ínicio do século IV da nossa era, o Cristianismo já era uma força social determinante no seio do Império Romano. Devido aos problemas que o Império enfrentava e à existência de comunidades cristãs externas, implantadas desde a época apostólica, o Cristianismo se alastrou por todas as classes sociais iniciando um processo de implantação que se revelaria inexorável. Não só os sacerdotes e apologetas contribuíram para isso. Trata-se mais do enlevo da sociedade romana em doutrinas social e espiritualmente mais dinâmicas e da constatação do fracasso das anteriores políticas religiosas e sociais do que propriamente da assimilação racional das idéias de alguns doutrinadores. O imperador Constantino estava à cabeça do Império. Tratava-se de um governante educado pelos pais segundo padrões de valores bem mais tolerantes do que os seus pares dos primeiros anos do século. Quando a força da conjuntura o exigiu, Constantino não encontrou dificuldades em tentar assimilar o Cristianismo na esfera do poder da águia romana. O Edito de Milão, cidade que possuía na época uma grande comunidade cristã, veio na seqüência da constatação de que esta crença estava já de tal forma espalhada pela população do império que a única forma de Roma sobreviver espiritualmente seria assumir os fatos consumados. No entanto, a estrutura do Poder em Roma não estava preparada para a coabitação com a concepção cristã do mundo. Desta tolerância inicial iria resultar uma nova concepção de religião: uma vez que a religião cristã era incompatível nos seus valores com aqueles do Estado Romano, devido à sua origem específica e à sua finalidade última, ela acabou substituindo as religiões antigas, porém de uma forma sincrética. Uma das exigências era que a nova religião deveria ficar fora do controle do Estado. Para resolver este problema político, o Império controlou o fenômeno através da sincretização, isto é, a mistura do Cristianismo primitivo com as religiões pagãs de acordo com os objetivos do Estado.
Nova religião Originalmente, os imperadores romanos toleravam os vários cultos religiosos em suas províncias. Era uma forma evidente de garantir a satisfação e o apoio dos povos dominados. Mas a perseguição religiosa limitava-se aos monoteístas que constituíam um sério perigo para o Império Romano e para as suas províncias: os judeus que aceitavam ou não Iehoshua e, da mesma forma, os gentios e os pagãos convertidos. Prevendo o fim do politeísmo tradicional, Constantino viu que a única forma de sobreviver à decadêcia moral pela qual o Império Romano passava, era fazer uma união com esta nova religião, abraçando-a disfarçadamente a fé destes. Assim, Constantino transformou esta religião em uma ferramenta a serviço do Império Romano da forma como ele quis. Para compreender esta decisão de Constantino, convém também ter em mente a força de pregação destes cristãos, que, a cerca de 150 anos depois da morte de Iehoshua, já tinham se espalhado por todas as regiões do Império Romano. Dessa forma, Constantino ficou impressionado com a perseverança deste povo, que preferia a morte à aparentemente simples opção de venerar os deuses pagãos do Império. A fé que este povo tinha em nome de Iehoshua possuía a força de transformação, mobilização, atuação e de poder que Constantino precisava para reerguer o Império Romano da decadência. Assim, Constantino, adorador solar pagão, olhava agora para a possibilidade da conexão entre o deus Sol com o Santo de Israel. Dotado de uma enorme capacidade e grande visão política, ele observou que um grupo de pessoas, aos quais denominou Kristós (Ungidos), ganhava força e se desenvolvia, enquanto o seu próprio prestígio e o de Roma enfraqueciam-se, face a degradação moral pelo qual o império passava. Nascia assim, o apelido cristão, pois era proferido em tom de gracejo, pilhéria, zombaria. O imperador então, informou-se melhor a respeito da liderança destes fiéis e deste movimento, que nada mais era do que uma simples reunião de judeus-cristãos, prosélitos e também de cidadãos romanos que tinham abandonado suas práticas idolátricas seguindo todas as leis judaicas, mas acreditando que Iehoshua era o Mashiach e Filho do Eterno, o filho da promessa feita aos patriarcas. A conseqüência mais importante deste acordo, que ficou conhecido como o Edito de Milão, é a do fim aparente da perseguição aos monoteístas.
Edito de Milão Constantino era mais que tolerante com estes fiéis. Era um verdadeiro simpatizante. Tomando conhecimento destes através de um judeu chamado Lino, Constantino propôs com este, uma aliança espúria, onde a partir daquela data a perseguição aos kristós encerraria. O co-imperador de Constantino, Licínius, uniu-se a ele emitindo o Edito de Milão em 7 de março de 313 que designou tolerância aos kristós em todo o império. Estes, então, passaram-se a tornar-se também cidadãos romanos e sua religião passaria a ser a religião oficial do Império. Com liberdade total de culto, não precisariam mais ficar escondidos nas catacumbas, e só precisariam fazer algumas adaptações dentro da religião politeísta professada pelos romanos, uma espécie de ecumenismo romano. As adaptações eram nada mais do que a união das filosofias helênicas com a Torá e os escritos proféticos [escrituras juaicas, ou Antigo Testamento]. O Edito de Milão diz o seguinte:
Descanso dominical Aproveitando-se da fraqueza de caráter do jovem Lino, Constantino passou a deturpar as Sagradas Escrituras como queria. Começando pelo edito imperial, transformou o quarto mandamento em um dia de descanso blasfemo de adoração ao deus Sol. Transformou-se, então, o domingo, primeiro dia da semana, no Dies Solis (Dia do Sol). Para os romanos, este era um dia sagrado e eles não adoravam absolutamente nada ou ninguém que não fosse Júpiter, que era representado pelo sol. Assim, pensou-se no nome de um deus que pudesse agradar tanto aos kristós quanto aos romanos. Após a criação deste novo deus, a partir de uma certa data natalícia, eles deveriam retratar Iehoshua de uma forma característica que agradasse o império. Essa nova descrição de Iehoshua deveria reunir as divindades mitológicas egípcias, gregas e romanas. A figura desse novo deus criada e adorada pelos romanos, deveria ser associada também ao Sol Invictus, sendo então chamado de Sol da Justiça, e ganharia como data natalícia o dia 25 de dezembro. Esta festa teve muito êxito e popularidade porque se celebravam os sóis, os gênios da humanidade e as artes. Marcus Terentius Varro (filósofo romano 116-127 a.e.c.) considerado então o precursor da restauração religiosa, afirmava que o deus dos judeus deveria ser o mesmo que Júpiter, não importando a forma como fosse chamado. Feito isto, trataram de identificá-lo com o deus pagão Júpiter. Surgia assim, o maior embuste, o maior engôdo, a maior mentira religiosa criada pela mente humana. Aqueles que tentassem demonstrar a verdade dos fatos, eram sufocados pelo jogo de interesses políticos temporais. Estabelecido assim o acordo, originou-se então a religião universal do Império Romano (ou Igreja Católica Apostólica Romana). Como uma forma de amenizar as atrocidades cometidas pelos imperadores antecessores a Constantino, escolheram Pedro como o primeiro papa a quem tinham crucificado de cabeça para baixo 250 anos atrás, e o próprio Lino como o segundo Papa. Essa é, portanto, a verdadeira origem do chamado papado. Mais tarde, a aliança espúria feita com Lino, foi celebrada com enorme sucesso. As medalhas cunhadas com a efígie do Sol Invictus, foram substituídas pela do deus que eles acabavam de criar, com forma, data de nascimento e outros arranjos que caracterizavam Iehoshua com o deus solar romano. Durante os anos que se seguiram, o lado ocidental do império assistiu à proliferação das igrejas, e o aumento do poder judicial dos tribunais eclesiásticos com a crescente admiração da aristocracia romana. Arianismo No Império Romano do Oriente, Licínio limitava-se a tolerar os kristós, nunca deixando de ser fiel às tradições politeístas, até que no período de 314 a 315, Constantino entrou em conflito com Licínio, o que levou os dois augustos à uma guerra iniciada em 323. Antes desta guerra, em 320 ou 321, o bispo Alexandre de Alexandria decidiu convocar um concílio nesta cidade, que reuniu mais de uma centena de bispos egípcios e líbios. O objetivo era o de lançar um anátema contra Ário de Alexandria, que já contava naquela altura com muitos seguidores, e fortemente apoiado por vários teólogos orientais. Ário defendia que Iehoshua partilhava de alguma divindade do Pai, mas que não podia ser da mesma essência que o Pai, ou seja, Iehoshua não podia ser o Eterno. A doutrina de Ário poderia afirmar que Iehoshua era de substância semelhante a do Pai (em grego, homoiousion), mas nunca que ele era consubstancial ao Pai (em grego, homoousion). Esta doutrina ficaria conhecida como Arianismo. Todo esse conflito foi originado devido às adaptações feitas das filosofias gregas com as Sagradas Escrituras, das quais resultou a doutrina da Trindade, entre outras. Foi através de concílios como este que a Igreja Católica começou a desenvolver os chamados Dogmas da Igreja Católica, os quais jamais deveriam ser questionados. Constantino seguiu os acontecimentos de Alexandria com a atenção possível, porque naquela altura a sua desavença com Licínio encontrava-se no auge. A problemática ariana empatava os seus planos, e, apesar de não estar presente, o imperador fez-se representar no Concílio pelo bispo Ósio de Córdoba, o seu conselheiro em matéria religiosa. Ósio levou para Alexandria uma carta do imperador, onde este exortava à reconciliação. Claramente, Constantino estava nesta altura longe de compreender a gravidade e complexidade da discussão e estava somente interessado em levar avante os seus desígnios políticos. Ao retornar de Alexandria, Ósio sugeriu a Constantino que convocasse ele próprio um outro concílio, para tentar resolver definitivamente a questão do conflito entre esses filósofos. Esse foi o chamado Concílio de Alexandria. Na seqüência desse concílio, o bispo Alexandre enviou a Ário uma feroz "Epístola Encíclica", e este respondeu-lhe do mesmo modo. A questão agravou-se mais ainda depois deste primeiro concílio. O imperador esforçou-se, através de algumas cartas, por levar Alexandre e Ário a um acordo, mas sempre sem sucesso. Estando já no auge o desentendimento com Licínio, Constantino trava uma guerra onde derrota o seu adversário duas vezes: primeiro, perto de Adrianópolis, e depois em Crisópolis, perto do local onde viria a construir futuramente a cidade de Constantinopla (atual Istambul). Assim, em 324, Constantino I tornou-se o único imperador romano. O imperador viria a utilizar este reforço de poder para dar um passo importante no ano seguinte.
Concílio de Nicéia Em 325, o imperador Constantino passou a dedicar exclusivamente o seu tempo ao culto solar. Como guardião da nova religião criada, a igreja era então detentora dos direitos legais e de grandes doações financeiras. Como imperador do Leste e Oeste, ele começou a implementar reformas administrativas importantes. O exército foi reorganizado, e a separação da autoridade civil e militar, começando pelo predecessor dele, Diocleciano. Constantino interveio nos negócios eclesiásticos para alcançar unidade. Neste mesmo ano, Constantino convocou o primeiro concílio ecumênico em Nicéia, na Ásia Menor, ao qual compareceu um grande número de bispos kristós. O Concílio de Nicéia é geralmente considerado como um concílio verdadeiramente ecumênico, apesar da maioria dos bispos presentes ser oriental, existindo uma representação ocidental bem reduzida. O Papa Silvestre I (período de 314 a 335) não estava em condições de viajar até Nicéia e fez-se representar pelos emissários Vito e Vicêncio. Nicéia foi escolhida por estar próxima das regiões mais importantes, como a Ásia, a Trácia, a Grécia, a Síria, a Palestina e o Egito, e por ter capacidade para acolher o número necessário de bispos. Constantino escreveu pessoalmente uma série de cartas cuidadosas, nas quais pedia a presença de cada bispo no concílio. Não é sabido se Constantino se apresentou como a entidade convocante, ou se apresentou ao papa Silvestre I como tal, mas provavelmente, ambos teriam chegado a um acordo em relação a esta situação. A intenção de Constantino ao realizar este concílio era a de fortalecer o seu poder, submetendo o Império à fé que ele tinha criado, mas antes queria se ver reforçado por esta fé para que esta servisse melhor ao seu ideal. Junto de uma civilização repleta de deuses romanos e pagãos, Constantino teria que apresentar uma nova fé com força idêntica ou superior. Assim, convinha-lhe que os kristós resolvessem as suas divergências e que fosse estabelecida uma forte ortodoxia. A data do início do Concílio tem gerado algumas controvérsias entre os historiadores. Em uma tentativa para harmonizar relatos históricos diferentes, chegou-se a uma hipótese a este respeito: o Concílio foi convocado no dia 20 de maio, mas Constantino ainda não se encontrava em Nicéia, pelo que as reuniões assumiram um caráter menos solene até à sua chegada no dia 14 de junho. A nova versão do Credo, o Símbolo, teria sido proclamada no dia 19 de junho. Sabe-se, contudo, que o Concílio terminou no dia 25 de agosto. O número de bispos presentes foi também um tema de controvérsia, mas costuma-se seguir a versão publicitada por Hilário de Poitiers, que afirma que participaram no Concílio 318 bispos. Esta afirmação deverá provir da carta Ad Afros do bispo Atanásio de Alexandria (que mais tarde seria canonizado), que esteve presente no Concílio, e que se refere explicitamente ao número 318. Outros números comuns são 250 (Eusébio de Cesaréia), 270 (Eustátio de Antioquia), e mais de 300 (Gelásio de Cízico), tendo os dois primeiros bispos estado presentes. Gelásio de Cízico escreveu em grego, no século V, uma história do Concílio de Nicéia. Manuscritos árabes sugerem ainda o número certamente exagerado de 2000 bispos. Contudo, além do número aproximado de 300 bispos há ainda que contar com um número considerável de padres, diáconos e acólitos. Apesar do imperador Constantino ter estado presente, pensa-se que quem presidiu ao Concílio foi Eustátio de Antioquia ou Alexandre de Alexandria. Há ainda quem avance com a hipótese lógica do bispo Ósio ter assumido este cargo, juntamente com os emissários papais Vito e Vicêncio (H. Leclercq, ver bibliografia). As sessões decorreram em dois locais distintos: na igreja principal de Nicéia e no átrio central do palácio imperial. O bispo Rufino, que também esteve presente, conta-nos que decorriam sessões todos os dias e que o bispo Ario era frequentemente convocado a pronunciar-se. Santo Atanásio, escrevendo sobre o Concílio, tenta minimizar a influência direta de Constantino nas conclusões finais, sobretudo no Símbolo, mas tudo faz crer que se passou o contrário. Do Concílio saíram vários textos, que podem ser consultados na Internet (ver bibliografia) dos quais se destacam: a nova Profissão de Fé ou Símbolo, 20 cânones, e uma Carta do Sínodo de Nicéia aos Egípcios. Apresenta-se em seguida o texto integral do novo Credo proclamado em Nicéia. Note-se que esta versão difere da versão mais longa chamada de Credo de Nicéia, que só foi fixada mais tarde, no século IV. Este texto, com as devidas alterações conciliares a cheio, deriva do credo batismal de Jerusalém, defendido pelo bispo Eusébio de Cesaréia:
Os 20 cânones, demasiado extensos para serem expostos aqui, tratam de uma série de assuntos tão díspares como a imposição do celibato aos sacerdotes, a oposição a Licínio, que segundo o Concílio comete o pecado de fazer guerra aos kristós, a concessão de indulgências aos ex-comungados que correm perigo de vida, a proibição dos sacerdotes de emprestarem dinheiro com juros, entre outros temas menores. A Carta do Sínodo de Nicéia aos Egípcios comunica a estes os resultados gerados pelo Concílio. Nesta carta, o Sínodo comunica o anátema pronunciado contra Ário e contra os dois bispos que votaram contra as resoluções sinodais: Teónas de Marmarica e Segundo de Ptolemais. O Sínodo anuncia também a invalidação da autoridade de Meletius, que fizera uma série de nomeações e ordenações à revelia do bispo Alexandre de Alexandria, bem como a anulação de todas as suas nomeações e ordenações ilegais e a submissão destas pessoas à autoridade de Alexandre. No Concílio de Nicéia, anunciou-se ainda a confirmação da celebração da Páscoa, mas segundo o ritual da Igreja Católica, em todas as regiões onde se celebrava o ritual judaico. Contudo, restam algumas polêmicas em relação a Nicéia que dificilmente serão resolvidas: o Concílio foi ou não representativo da opinião da maioria dos bispos? Na falta de dados inequívocos relativos aos bispos que estiveram presentes e ao sentido da sua votação, há que dar espaço à dúvida. Indo um pouco mais além, ainda hoje urge esclarecer se o arianismo, que nunca deixou de ter um número considerável de adeptos nos séculos que se seguiram, foi um erro herético como tantos outros ou um grande e bem fundamentado movimento de opinião contrária à nova ortodoxia que se dizia de tradição apostólica. A própria opinião de Constantino a respeito desta heresia gera controvérsias. Antes de Nicéia, o imperador queria claramente resolver a questão dos hereges, e não deveria ter preferência por qualquer um dos partidos, mas depois de assistir ao concílio, Constantino poderá ter mudado de opinião. O enérgico Atanásio de Alexandria, que foi bispo desta cidade e que chegou a ser canonizado, defendeu durante e após o Concílio o conceito do homoousion, atacando o arianismo e a sua proliferação. Em 336, o imperador Constantino decide exilar Atanásio para Tréveros, o que evidencia o seu desacordo com as políticas anti-arianas de Atanásio. Terá o imperador aderido à causa dos que eram chamados de heréticos? É uma questão que terá que ficar, por agora, em aberto.
Constantinopla Com a construção de Constantinopla iniciada em 326, Roma perdeu a centralidade. O imperador deslocou para ali toda a sua corte e os órgãos de governo, dando assim início à longa e próspera existência desta cidade. A inauguração da nova capital deu-se em 330. As conseqüências começaram a fazer-se sentir: o deslocar da capital para Oriente fez perder a importância comercial de Roma, e os mercadores egípcios e sírios viram o seu sustento desaparecer com o colapso das rotas de comércio tradicionais no Mediterrâneo. A existência de duas grandes metrópoles, Roma e Constantinopla, levou à inevitável separação progressiva do Império nas suas duas metades: a Oriental, construída de raiz e reforçada com um credo ortodoxo, e a Ocidental, enfraquecida política e economicamente, com a perda do monopólio comercial. Um século após Constantino, as invasões bárbaras revelaram bem as diferenças entre os dois impérios. Roma sucumbiu ao bárbaro visigodo Alarico, o Grande, em 410, e Constantinopla, rebatizada mais tarde com o nome de Bizâncio, resistiu a todas as invasões bárbaras. Assim, Constantino cedeu ao fascínio do Oriente. A Síria e o Egito eram as regiões mais povoadas e mais ricas do Império, e o nível da sua cultura excedia largamente ao das províncias ocidentais. O Oriente era não só uma potência industrial e comercial mas também espiritual. A proximidade do reino Persa, que a seguir ao Império era a maior potência civilizacional, era um fator que contribuía para o elevado grau de civilização do oriente. A troca de Roma por Constantinopla foi um fator decisivo para a sobrevivência do Império, mas teve, porém, como conseqüência o fim do poder romano a ocidente. Constantino construiu também igrejas na Terra Santa, onde a mãe dele, também simpatizante dos kristós, supostamente teria achado a verdadeira cruz na qual Iehoshua teria sido crucificado. O imperador foi batizado pouco antes de sua morte, em 22 de maio de 337. Esta decisão tão tardia não advoga de forma alguma sua conversão, pois sua conversão consistia apenas em associar Iehoshua ao seu deus Sol Invictus. Foi através deste sincretismo e de outros acordos, que Constantino utilizou o Cristianismo para atingir os seus desígnios de governante. Ao morrer, deixava para a posteridade uma nova capital, juntamente com um sistema de regência mais próximo da monarquia do que dos obsoletos esquemas imperiais de governo. O Império Romano adquiriu, graças a ele, um influência fortemente oriental. Mas, apesar dele ter de certa forma revitalizado o Império, deixou também vários problemas por resolver. Para além do grave problema do enfraquecimento do poder no ocidente, a questão do arianismo foi também legada aos sucessores de Constantino. Constâncio II e Valente protegeram o arianismo, o que impediu, até à chegada ao trono de Teodósio I, que se concretizasse a ortodoxia dos kristós unificada ao serviço do Estado que fora sempre o principal desígnio de Constantino. A fundação de Constantinopla teve uma importante conseqüência religiosa. Os futuros papas argumentariam, para justificar os seus desígnios de conquista e poder territorial, que Constantino, fundando Constantinopla, tinha deixado Roma entregue ao Papa Silvestre I, e consequentemente como herança para o Papado e para a igreja de Roma. A conveniência desta situação deu origem ao surgimento de uma impostura conhecida como as Doações de Constantino, uma mentira usada abundantemente por vários pontífices. Esta congeminação durou até ao fim da Idade Média. O deslocamento do poder para o oriente gerou problemas nas regiões orientais do Império. Os egípcios e os sírios, hostis desde sempre à autoridade romana, cedo começaram a aprender a odiar as recém instituídas autoridades bizantinas. Com o fim de Roma, eles viram o seu nível de vida degradado, e as suas rotas comerciais abandonadas. A presença romana no Bósforo deu início aos atritos entre o Império e a Pérsia. Constantinopla era uma clara ameaça para este último reino, e as constantes guerras arruinaram as atividades comerciais das caravanas, que doravante sentiram-se obrigadas a evitar destinos outrora tão importantes como Antioquia e as cidades do Líbano. A presença romana veio piorar a situação na Arábia, que já se encontrava em deterioração há muitos anos. Rotas importantes como as do Mar Vermelho, que sempre haviam sido exploradas pelos mercadores egípcios, tornaram-se inviáveis. O Império compreendeu a perda da importância das caravanas a sul, e decidiu procurar uma alternativa mais ao norte, através das estepes da Ásia Central, o que provocou o enriquecimento de Constantinopla e a fúria dos comerciantes de Alexandria e Antioquia, que se viram atirados para segundo plano. A diplomacia do imperador ajudou ao fortalecimento das novas rotas e à passagem da capital do império ao estatuto de maior potência comercial oriental. Novos impostos eram criados, e o nível de rigor e eficiência dos funcionários bizantinos fazia aumentar o rancor, à medida que a progressiva centralização da autoridade levava as antigas potências comerciais à dependência e obediência a Bizâncio, e com isto, renasciam os movimentos nacionalistas no oriente.
Natal A partir do século IV, os kristós tinham já conquistado em Roma um espaço cultural muito amplo e assim iniciaram e realizaram com êxito o processo de recuperação eclesial das festividades pagãs. Foi assim que no século IV o 25 de dezembro passou a ser a festa do Dies Natalis Domini, por decreto do Papa Libério. De origem romana, esta festa estendeu-se às igrejas do império, mas com algumas dificuldades, sobretudo no Oriente, onde a Epifania estava mais implantada. Na África, a festa de Natal impôs-se rapidamente graças às posições dos donatistas que recusavam a festa da Epifania, comemoração do batismo de Iehoshua. Também na Gália a festa de 25 de dezembro se implantou com sucesso, como atestam as conclusões do Concílio de Adge em 506. Na Palestina e no Egito a festa demorou mais tempo a ganhar raízes. São do ano de 432 os primeiros testemunhos da festa de Natal em Alexandria, mas só pelos anos 634 ou 638 é que a festa de 25 de dezembro tomou forma definitiva em Jerusalém.
No ano de 354 começou-se a celebrar o Natal, mas cada qual na sua data.
No ano de 362 a festa era celebrada com muita pompa, como o atesta a obra De solerege, escrita por Juliano, o apóstata. No ano de 380, o imperador Teodósio proclama oficialmente o sistema religioso romano, o Cristianismo, como a única Religião do Estado. Mas ainda seriam necessários esperar mais 12 anos para que todos os outros cultos fossem definitivamente proibidos. Em 389 Teófilo, hoje Santo Teófilo, é nomeado patriarca de Alexandria e inicia imediatamente uma violenta campanha de destruição de todos os templos e santuários não cristãos, tendo apoio do imperador Teodósio. Deve-se a Teófilo a destruição, em Alexandria, dos templos de Mitríade e de Dionísio. Essa loucura destruidora culmina em 391 com a destruição do templo de Serapis e da sua biblioteca. As pedras dos santuários destruídos foram usadas para edificar igrejas para a nova religião do Estado. Em seguida, para demonstrar que ele era capaz de perseguir também cristãos (na medida em que eles não fossem 100% ortodoxos), Teófilo comandou pessoalmente as tropas que atacaram e destruíram os mosteiros que aderiram às idéias de Orígenes, um teólogo cristão que foi declarado herege porque afirmava que Iehoshua era puramente imaterial. Pela primeira vez, um chefe cristão dita a um imperador a política a ser seguida: Santo Ambrósio de Milão levantou-se em plena catedral e, com o sentido de caridade tão particular aos kristós, impõe que o imperador anule a ordem que dera ao bispo de Calinicum, sobre o Eufrates, para que reconstruísse uma sinagoga que ele e a sua congregação tinham destruído. A partir desta atitude, a Igreja toma partido assim, dos incendiários de sinagogas, posição que continuou a se manter até o ano de 1940.
De Iehoshua a Jesus No ano de 383, o Papa Dâmaso mandou, quando se fez a tradução da Vulgata, que se substituísse o nome original de Iehoshua, em hebraico, pelo nome latino de Jesus. Aproveitando-se mais uma vez de um ardil, Roma induz ao erro, justificando o nome dado, guiando-se pela transliteração dos escritos hebraicos feita pelos setenta sábios judeus, conhecida como Septuaginta, a qual utilizava este artifício para transliterar o nome de Iehoshua para Josué. Embora criticado pelos inimigos dele como proponente de uma religião crua e falsa, Constantino, o Grande, tinha fortalecido o Império Romano e assegurou sua sobrevivência no Leste. Como primeiro imperador para comandar a nova religião, ele foi sem dúvida alguma, uma figura principal na fundação da Europa Cristã Medieval. Isso fez com que Roma estendesse o poder do seu braço até os dias atuais, com o seu falso sistema religioso, interferindo na maioria dos governos dos países, fabricando o maior número possível de guerras para se manter no poder, constituindo-se assim como uma das maiores latifundiárias do mundo.
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